segunda-feira, 23 de julho de 2012

Comida de Boteco e Cerveja no Gastrô Gourmet!


Ninguém resiste aos sabores de uma boa comida de boteco. Com cerveja, então, é a combinação perfeita! Que tal aprender três receitas campeãs de público e crítica e degustar cervejas importadas para acompanhar? No dia 27 de julho, sexta-feira, o sommelier de cervejas Alessandro Pinesso dará uma aula sobre o assunto e fará uma degustação com 3 rótulos, todos harmonizados com os pratos preparados no local por Beatriz Buéssio, chef do Gastrô Gourmet.

Confira o menu da aula:

Bolinho de Bacalhau harmonizado com Czechvar Pilsner (República Checa)
Escondidinho de Carne Seca com Purê de Abóbora harmonizado com Flensburger Frühlingsbock (Alemanha)
Dadinhos de Tapioca com Geleia de Pimenta harmonizado com Liberty Ale (EUA)

Inscrições e informações:
gastro@gastrogoumet.com.br
11 3666-7111

Data: 27 de julho de 2012
Horário: 20h00
Local: Gastrô Gourmet – Rua Alagoas, 850 – Higienópolis (em frente à FAAP)
Investimento: R$ 165,00


sexta-feira, 20 de julho de 2012

Nova cerveja na praça: Eisenbahn 10 anos


A foto mostra a nova Eisenbahn 10 anos, uma edição comemorativa dos 10 anos da cervejaria catarinense. O lançamento foi no dia 19 de julho, na Cervejaria Ô Fiô, localizada no bairro do Butantã, em São Paulo. Foi o segundo evento promovido pela Eisenbahn para divulgar sua nova cerveja, o primeiro aconteceu na quarta-feira, em Itu, sede da Schincariol, que controla a marca. Ontem, no lançamento, era evidente a empolgação da equipe cervejeira com sua nova cria.

A expectativa pela Eisenbahn 10 era grande, já que a 5, também uma edição de aniversário, é considerada por muitos como a melhor cerveja da marca. Bem, vamos a ela. Trata-se de uma doppelbock incomum por vários motivos.

A cor, âmbar, foge dos castanhos e marrons típicos do estilo, assim como o dry hopping (adição de lúpulo durante a maturação, ao final do processo) com lúpulo Saaz da República Tcheca e adição de lascas de carvalho francês. A espuma, branca e bem formada, persiste por vários minutos no copo.

A madeira aparece em primeiro plano no aroma, que também traz notas de compota, damasco e coco queimado. O sabor acompanha, com madeira e frutado. O lúpulo, discreto, surge no final, bem seco. A cerveja apresenta amargor equilibrado e ótima drinkability, os 7,2% de álcool estão bem inseridos, percebidos apenas pelo aquecimento de boca. A madeira também é visível no fundo do copo, com pequenos resíduos, um charme adicional.

Poderia ser um pouco menos adocicada, mas não chega a comprometer a drinkability. É, sem dúvida, o resultado de um trabalho cuidadoso, uma cerveja de personalidade marcante. As vendas começam na próxima semana e, ao que tudo indica, será uma edição limitada, vendida em garrafa verde, com rolha. A da foto é uma edição de apenas 250 garrafas produzidas para o lançamento. Portanto, reserve logo a sua.

quinta-feira, 14 de junho de 2012


Brooklyn Brewery, cervejaria norte-americana por excelência.

Sem negar as raízes, o mestre Garrett Oliver produz algumas das melhores cervejas de seu país. A escola norte-americana tem se notabilizado pelas extreme beers, o que lhes confere sabores e aromas intensos, com profusão de lúpulos. Ocorre que, na opinião deste escriba, muitas delas pecam pelo excesso, comprometendo o equilíbrio e a drinkability (como as cervejas da Flying Dog e, do outro lado do Atlântico, as escocesas Brew Dog).

Não é o caso das cervejas da Brooklyn. Oliver gosta de brincar com fogo, flertar com o perigo, mas não se permite ultrapassar os limites do bom senso. Recentemente, tive a oportunidade de degustar duas delas em dias próximos, o que suscitou comparações. A primeira é a Brooklyn Lager, uma Vienna (alguns dizem ser Amber Lager) com 5,2% de álcool. Apresenta um belo tom degradé no copo, em tons de âmbar e cobre, com espuma bege, firme e abundante. Aroma herbal de lúpulo, com toques florais e um leve biscoito oriundo do malte. Na boca, o lúpulo reina soberano, levemente ácida, com toques de abacaxi e final seco, bem cítrico, excelente cerveja, daquelas que não cansam nem tampouco comprometem o paladar.

A segunda cerveja degustada atende pelo nome de Brooklyn East India Pale Ale. Trata-se de uma India Pale Ale, estilo clássico da cervejaria britânica, um dos favoritos entre os apreciadores. Seus 6,9% de álcool estão muito bem inseridos, sem jamais incomodar. A cor âmbar profunda é coroada por uma espuma bege de pouca duração, como convém ao estilo. E, como era de se esperar o lúpulo domina tanto o aroma quanto o sabor. No nariz, muito herbal, frescor, cheiro de grama e mato depois da chuva, delicioso. Na boca, o amargor do lúpulo, com toques herbais e de frutas secas. Nos primeiros goles, a “picada” do lúpulo na língua se faz sentir, mas, em pouco tempo, o paladar se acostuma e já pede um novo gole.

Neste mesmo blog, já escrevi sobre a Brooklyn Monster Ale (para ler o texto, clique: http://beerblogbr.blogspot.com.br/2011/08/brooklyn-monster-ale-uma-barley-wine-de.html )

São dois exemplos de que é possível produzir rótulos com uma boa dose de ousadia sem abrir mão do principio básico de uma boa cerveja. Trocando em miúdos, algo que se possa beber por um bom tempo, sem empapuçar. É por esse motivo que geralmente não dou muita bola aos extremismos, não vejo como esse tipo de cerveja pode contribuir para a cultura cervejeira em geral. E tenho dito! 

segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Mercado: comida de rua na madrugada, um sucesso além das expectativas


Tive o prazer de colaborar com a iniciativa do chef Checho Gonzales, que organizou O Mercado, uma feira de comida de rua elaborada por chefs de várias vertentes e a preços acessíveis. Aconteceu na madrugada do sábado, dia 21. Saí de lá por volta de 2h30, a previsão era durar até as 5h00. 

O interesse foi tamanho que uma longa fila se formou à porta da Galeria Vermelho, em Higienópolis, bem ali onde termina a Paulista, do outro lado da Consolação. Lá dentro, 14 barracas serviam comida e bebida para os famintos e insones. A segurança permitia a permanência de 150 pessoas por vez, controlando a entrada de acordo com o fluxo.

Diante disso, muita gente defende a transferência do evento para a praça Charles Muller, em frente ao Pacaembu. Pode ser uma boa ideia, mas, de qualquer maneira, é de bom tom preparar as panelas para um público ainda maior.

Numa primeira vez, se aprende muita coisa, então tenho certeza que o próximo poderá ser mais organizado em termos de fluxo de público, compra de fichas e, se possível, banheiros. Pode-se argumentar que estamos na rua, onde não há banheiros, mas certamente seria um item muito bem-vindo.

Pão com tomate confitado da Padaria Na Bicicleta. 
Os preços e os pratos servidos estavam ótimos. Não provei de tudo, pois não haveria espaço no estômago, mas vamos lá. Comecei com uma Arepa, preparada pela equipe do Suri Ceviche Bar (R$ 10,00). Trata-se de uma massa de milho grelhada, escolhi o recheio de barriga de porco, muito bem temperada com cebola roxa e outros ingredientes. Depois, fui à barraca do Checho provar um espetinho de carne, que acompanhava milho verde também grelhado, muito bom, a carne estava temperada com aniz estrelado (R$ 7,00). Prosseguindo, na barraca do bar Caos Augusta, onde tomei uma Heineken (R$ 5,00) e tracei 4 mini coxinhas de camarão com catupiry, acompanhadas de geleia de pimenta (R$ 15,00), um pouco oleosas, mas muito saborosas, de lambuzar os dedos. A fome ainda permitiu traçar um delicioso buraco quente do chef Carlos Ribeiro, do Na Cozinha. Trata-se de um pão francês sem miolo recheado com picadinho de carne, muito gostoso, sabor de comida caseira (R$ 10,00). Para acompanhar, tomei duas cervejas escocesas da Brew Dog, na barraca da importadora Tarantino, uma Lager 77 e uma Punk IPA, (R$ 10,00 cada), bem carregadas no lúpulo, amargas, mas saborosas. Fechando o banquete, respirei fundo e encontrei espaço para o ótimo Arroz de Puta Rica (R$ 10,00), receita do interior de Goiás, elaborado por Janaina Rueda, do Bar da Dona Onça. Ainda sobraram uns trocados, daí provei o cannoli de ricota com frutas cristalizadas, de Alexandre Leggieri (R$ 5,00). Leve e agradável no sabor, mas um pouco seco. Antes de ir embora, ainda comprei um belo pão (vide foto), na barraca do Pão Filosófico, feito com tomate confitado. Massa macia e no ponto certo, só faltou um pouco de tempero. Caiu muito bem no almoço de domingo, para comer molhando os pedaços no azeite.

Além destas barracas, havia outras opções, como o Sal Gastronomia, de Henrique Fogaça, especialidades mexicanas por Lourdes Hernandez, entre outros. O sucesso desse evento deixa claras duas coisas: a primeira é que São Paulo carece de boas opções para comer depois da meia-noite. Além disso, está mais do que na hora de haver uma atitude mais flexível por parte da prefeitura, criando regras para a venda de comida de rua, não apenas reprimindo os comerciantes. Não sou um globetrotter, mas pelo que já vi em programas como o Eat Street (http://www.cookingchanneltv.com/eat-street/index.html),  a maioria das grandes metrópoles do mundo oferecem diversas opções de comida de rua. É algo que reforça a cultura local e que permite aos habitantes da cidade tomar contato com outros tipos de gastronomia. Que venha o próximo!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Asterix Cervejaria, boa oferta de rótulos na "praia" da Paulista


Ainda não havia visitado um dos bares com maior oferta de rótulos da capital, a Asterix Cervejaria. Fica na famosa “praia” da Paulista, um conjunto de bares e cafés vizinhos, com muitas mesas na calçada, que começa na esquina da Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima, se estendendo por quase todo o quarteirão.

É um lugar barulhento e apinhado de gente. O Asterix fica no meio da muvuca e não foge à regra. Fui numa quarta-feira depois das 21 horas e ainda havia bastante gente em todos os bares, esticando o happy hour.

A carta de cervejas, embora de apresentação modesta, num cardápio tipo pasta com divisórias de plástico, é bem completa, com descrições sucintas dos diversos estilos e contando um pouco da história de cada um. Pedimos uma Bamberg Kölsch, com 600 ml, que chegou à mesa bem mais gelada do que deveria, o que não ajuda muito na degustação. De qualquer maneira, no Brasil é difícil alguém agir de outra maneira, melhor pedir para o garçom trazer a cerveja e deixá-la quieta uns cinco minutos antes de abrir. O preço: R$ 20,00. O garçom fez o serviço correto, colocando cerveja no copo de maneira apropriada. Depois pedimos uma Heineken de 650 ml, por R$ 8,70, um preço justo, embora o cardápio indicasse salgados R$ 13,00 por ela.

Pedimos uma porção de pastéis de palmito (R$ 21,00 com seis unidades de tamanho médio) que demorou bastante a chegar e não fez sucesso. Com pouco tempero e muito óleo, não chega a ser ruim, mas está longe de agradar. Deveria ter pedido algo com linguiça de javali, já que estávamos na casa de Asterix...

Os preços, no geral, são mais altos que os praticados por outras casas do gênero, chegando a um acréscimo de 20% em vários rótulos. O atendimento é um tanto disperso e confuso. Com preços menores, uma cozinha mais caprichada e um atendimento mais atencioso, ganharia muitos pontos. Do jeito que está hoje, a casa ainda deve uma justa homenagem ao pequeno gaulês dos quadrinhos.

Asterix Cervejaria
Alameda Joaquim Eugênio de Lima, 573
11 3368-5619
www.barasterix.com.br

segunda-feira, 26 de março de 2012

Divulgando meus serviços como sommelier de cervejas

Harmonização e sugestão de cervejas para festas, jantares e eventos
Vinho e espumantes são ótimos, ninguém duvida, mas que tal inovar e também oferecer cervejas no seu próximo evento? As cervejas combinam muito bem com nosso clima e há opções tanto para os dias mais quentes como mais encorpadas, ideais para o inverno.

Aulas sobre cervejas, degustação e harmonização
Desde aulas rápidas de 30 minutos até mais extensas, podendo ou não incluir degustação de diferentes rótulos e até mesmo harmonização com pratos, pois tenho alguns bons chefs como parceiros.

Cartas de cerveja
Para bares e restaurantes, com ou sem a descrição dos rótulos e harmonização dos pratos do menu.

Artigos sobre cerveja
Textos sobre cerveja, seja falando sobre aspectos históricos ou somente focados em gastronomia.

Meus contatos:
e-mail: pinesso@gmail.com
celular: 11 9520-6118

quinta-feira, 1 de março de 2012

Lugares para Beber: Cervejaria Nacional





















Foto: Divulgação

Introduzindo uma novidade no blog, agora também comentarei sobre lugares para comprar e apreciar boas cervejas. Desta vez, o destaque vai para a Cervejaria Nacional,  em São Paulo, aberta em maio de 2011. Fica na Avenida Pedroso de Morais, quase esquina com a Teodoro Sampaio, no coração de Pinheiros, a 500 metros do metrô Faria Lima, o que é muito conveniente para beber e voltar para casa sem problemas com o bafômetro.  No térreo, onde fica a recepção, pode-se ver, através de uma parede de vidro, os belos tanques de inox onde são produzidas as cervejas da casa. Os clientes se acomodam nos dois andares seguintes, amplos, com mesas e balcão.

Trata-se de um brewpub que, em inglês, significa “bar cervejeiro”.  São cinco tipos diferentes e, de vez em quando, o cliente pode saborear uma cerveja sazonal que, como diz o nome, é produzida por tempo limitado. As cervejas levam nomes de lendas do folclore brasileiro, como Kurupira Ale e Saci Stout. Das variedades oferecidas (Weiss, Pilsen, IPA, Pale Ale e Stout), minha preferida é a Pilsen, que apresenta ótimo equilíbrio entre malte e lúpulo e boa drinkability. As outras também agradam, mas nem sempre é fácil encontrar uma Pilsen com mais caráter e personalidade, um estilo mais difícil de ser produzido em condições artesanais.

Minha última visita foi na sexta-feira antes do Carnaval, dia 17. Cheguei seco para provar a sazonal de estilo witbier, belga, bem cítrico e refrescante, mas o lote havia se esgotado poucos dias antes. Na falta dela, provei a outra sazonal, lançada em fevereiro, a Umbabarauma Ale. O nome vem do clássico sacolejante de Jorge Ben (Benjor não dá, né?), lançado em 1976, “Ponta de Lança Africano”, ou apenas “Umbabarauma”.  Trata-se de uma ale bem ao estilo inglês, com lúpulo evidente, realçado pelo dry hopping (dose extra de lúpulo acrescentada ao final do processo produtivo), mas bem equilibrado pelo malte. Os módicos 4,5% de álcool colaboram para a suavidade da cerveja que, embora encorpada e aromática, desce muito bem. Tomei dois copos de 500 ml sem me cansar dela, muito pelo contrário.

Como as cervejas são produzidas ali mesmo, é possível modificar ou corrigir certos aspectos de cada uma delas a partir do próximo lote. Foi o caso da cerveja de trigo da casa, a Domina. Numa primeira visita, há uns dois meses atrás, senti falta das características inerentes ao estilo, estava suave demais. Desta vez, a cerveja estava bem inserida no estilo, mais encorpada, com os aromas de cravo e banana evidenciados.

A cozinha também merece destaque. Durante a semana, no almoço, há sempre um bom prato do dia por R$ 22,70. Noutra visita, provei o bife a cavalo, muito gostoso, no ponto certo. Desta vez, no happy hour, a costelinha de porco com um molho de mel e pimenta vermelha estava ótima, desmanchando, como se deve.

Pouco se fala na importância de beber água enquanto se consome álcool. Mesmo a cerveja deve ser acompanhada de goles frequentes de água, que ajuda o corpo a metabolizar o álcool. Ali, ela é servida de graça e à vontade, geladinha. Outra boa notícia é a promoção no happy hour de segunda a sexta, das 17h às 20h, quando todos os drinques e cervejas são servidos em dobro.

O ar condicionado estava um pouco forte no dia da visita, mas os funcionários, gentis, se prontificaram a diminuir sua intensidade e realmente o fizeram. Parabéns aos proprietários pela iniciativa e sucesso na empreitada.