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Introduzindo uma novidade no blog, agora também comentarei sobre lugares para comprar e apreciar boas cervejas. Desta vez, o destaque vai para a Cervejaria Nacional, em São Paulo, aberta em maio de 2011. Fica na Avenida Pedroso de Morais, quase esquina com a Teodoro Sampaio, no coração de Pinheiros, a 500 metros do metrô Faria Lima, o que é muito conveniente para beber e voltar para casa sem problemas com o bafômetro. No térreo, onde fica a recepção, pode-se ver, através de uma parede de vidro, os belos tanques de inox onde são produzidas as cervejas da casa. Os clientes se acomodam nos dois andares seguintes, amplos, com mesas e balcão.
Trata-se de um brewpub que, em inglês, significa “bar cervejeiro”. São cinco tipos diferentes e, de vez em quando, o cliente pode saborear uma cerveja sazonal que, como diz o nome, é produzida por tempo limitado. As cervejas levam nomes de lendas do folclore brasileiro, como Kurupira Ale e Saci Stout. Das variedades oferecidas (Weiss, Pilsen, IPA, Pale Ale e Stout), minha preferida é a Pilsen, que apresenta ótimo equilíbrio entre malte e lúpulo e boa drinkability. As outras também agradam, mas nem sempre é fácil encontrar uma Pilsen com mais caráter e personalidade, um estilo mais difícil de ser produzido em condições artesanais.
Minha última visita foi na sexta-feira antes do Carnaval, dia 17. Cheguei seco para provar a sazonal de estilo witbier, belga, bem cítrico e refrescante, mas o lote havia se esgotado poucos dias antes. Na falta dela, provei a outra sazonal, lançada em fevereiro, a Umbabarauma Ale. O nome vem do clássico sacolejante de Jorge Ben (Benjor não dá, né?), lançado em 1976, “Ponta de Lança Africano”, ou apenas “Umbabarauma”. Trata-se de uma ale bem ao estilo inglês, com lúpulo evidente, realçado pelo dry hopping (dose extra de lúpulo acrescentada ao final do processo produtivo), mas bem equilibrado pelo malte. Os módicos 4,5% de álcool colaboram para a suavidade da cerveja que, embora encorpada e aromática, desce muito bem. Tomei dois copos de 500 ml sem me cansar dela, muito pelo contrário.
Como as cervejas são produzidas ali mesmo, é possível modificar ou corrigir certos aspectos de cada uma delas a partir do próximo lote. Foi o caso da cerveja de trigo da casa, a Domina. Numa primeira visita, há uns dois meses atrás, senti falta das características inerentes ao estilo, estava suave demais. Desta vez, a cerveja estava bem inserida no estilo, mais encorpada, com os aromas de cravo e banana evidenciados.
A cozinha também merece destaque. Durante a semana, no almoço, há sempre um bom prato do dia por R$ 22,70. Noutra visita, provei o bife a cavalo, muito gostoso, no ponto certo. Desta vez, no happy hour, a costelinha de porco com um molho de mel e pimenta vermelha estava ótima, desmanchando, como se deve.
Pouco se fala na importância de beber água enquanto se consome álcool. Mesmo a cerveja deve ser acompanhada de goles frequentes de água, que ajuda o corpo a metabolizar o álcool. Ali, ela é servida de graça e à vontade, geladinha. Outra boa notícia é a promoção no happy hour de segunda a sexta, das 17h às 20h, quando todos os drinques e cervejas são servidos em dobro.
O ar condicionado estava um pouco forte no dia da visita, mas os funcionários, gentis, se prontificaram a diminuir sua intensidade e realmente o fizeram. Parabéns aos proprietários pela iniciativa e sucesso na empreitada.