segunda-feira, 23 de abril de 2012

O Mercado: comida de rua na madrugada, um sucesso além das expectativas


Tive o prazer de colaborar com a iniciativa do chef Checho Gonzales, que organizou O Mercado, uma feira de comida de rua elaborada por chefs de várias vertentes e a preços acessíveis. Aconteceu na madrugada do sábado, dia 21. Saí de lá por volta de 2h30, a previsão era durar até as 5h00. 

O interesse foi tamanho que uma longa fila se formou à porta da Galeria Vermelho, em Higienópolis, bem ali onde termina a Paulista, do outro lado da Consolação. Lá dentro, 14 barracas serviam comida e bebida para os famintos e insones. A segurança permitia a permanência de 150 pessoas por vez, controlando a entrada de acordo com o fluxo.

Diante disso, muita gente defende a transferência do evento para a praça Charles Muller, em frente ao Pacaembu. Pode ser uma boa ideia, mas, de qualquer maneira, é de bom tom preparar as panelas para um público ainda maior.

Numa primeira vez, se aprende muita coisa, então tenho certeza que o próximo poderá ser mais organizado em termos de fluxo de público, compra de fichas e, se possível, banheiros. Pode-se argumentar que estamos na rua, onde não há banheiros, mas certamente seria um item muito bem-vindo.

Pão com tomate confitado da Padaria Na Bicicleta. 
Os preços e os pratos servidos estavam ótimos. Não provei de tudo, pois não haveria espaço no estômago, mas vamos lá. Comecei com uma Arepa, preparada pela equipe do Suri Ceviche Bar (R$ 10,00). Trata-se de uma massa de milho grelhada, escolhi o recheio de barriga de porco, muito bem temperada com cebola roxa e outros ingredientes. Depois, fui à barraca do Checho provar um espetinho de carne, que acompanhava milho verde também grelhado, muito bom, a carne estava temperada com aniz estrelado (R$ 7,00). Prosseguindo, na barraca do bar Caos Augusta, onde tomei uma Heineken (R$ 5,00) e tracei 4 mini coxinhas de camarão com catupiry, acompanhadas de geleia de pimenta (R$ 15,00), um pouco oleosas, mas muito saborosas, de lambuzar os dedos. A fome ainda permitiu traçar um delicioso buraco quente do chef Carlos Ribeiro, do Na Cozinha. Trata-se de um pão francês sem miolo recheado com picadinho de carne, muito gostoso, sabor de comida caseira (R$ 10,00). Para acompanhar, tomei duas cervejas escocesas da Brew Dog, na barraca da importadora Tarantino, uma Lager 77 e uma Punk IPA, (R$ 10,00 cada), bem carregadas no lúpulo, amargas, mas saborosas. Fechando o banquete, respirei fundo e encontrei espaço para o ótimo Arroz de Puta Rica (R$ 10,00), receita do interior de Goiás, elaborado por Janaina Rueda, do Bar da Dona Onça. Ainda sobraram uns trocados, daí provei o cannoli de ricota com frutas cristalizadas, de Alexandre Leggieri (R$ 5,00). Leve e agradável no sabor, mas um pouco seco. Antes de ir embora, ainda comprei um belo pão (vide foto), na barraca do Pão Filosófico, feito com tomate confitado. Massa macia e no ponto certo, só faltou um pouco de tempero. Caiu muito bem no almoço de domingo, para comer molhando os pedaços no azeite.

Além destas barracas, havia outras opções, como o Sal Gastronomia, de Henrique Fogaça, especialidades mexicanas por Lourdes Hernandez, entre outros. O sucesso desse evento deixa claras duas coisas: a primeira é que São Paulo carece de boas opções para comer depois da meia-noite. Além disso, está mais do que na hora de haver uma atitude mais flexível por parte da prefeitura, criando regras para a venda de comida de rua, não apenas reprimindo os comerciantes. Não sou um globetrotter, mas pelo que já vi em programas como o Eat Street (http://www.cookingchanneltv.com/eat-street/index.html),  a maioria das grandes metrópoles do mundo oferecem diversas opções de comida de rua. É algo que reforça a cultura local e que permite aos habitantes da cidade tomar contato com outros tipos de gastronomia. Que venha o próximo!

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Asterix Cervejaria, boa oferta de rótulos na "praia" da Paulista


Ainda não havia visitado um dos bares com maior oferta de rótulos da capital, a Asterix Cervejaria. Fica na famosa “praia” da Paulista, um conjunto de bares e cafés vizinhos, com muitas mesas na calçada, que começa na esquina da Paulista com a Alameda Joaquim Eugênio de Lima, se estendendo por quase todo o quarteirão.

É um lugar barulhento e apinhado de gente. O Asterix fica no meio da muvuca e não foge à regra. Fui numa quarta-feira depois das 21 horas e ainda havia bastante gente em todos os bares, esticando o happy hour.

A carta de cervejas, embora de apresentação modesta, num cardápio tipo pasta com divisórias de plástico, é bem completa, com descrições sucintas dos diversos estilos e contando um pouco da história de cada um. Pedimos uma Bamberg Kölsch, com 600 ml, que chegou à mesa bem mais gelada do que deveria, o que não ajuda muito na degustação. De qualquer maneira, no Brasil é difícil alguém agir de outra maneira, melhor pedir para o garçom trazer a cerveja e deixá-la quieta uns cinco minutos antes de abrir. O preço: R$ 20,00. O garçom fez o serviço correto, colocando cerveja no copo de maneira apropriada. Depois pedimos uma Heineken de 650 ml, por R$ 8,70, um preço justo, embora o cardápio indicasse salgados R$ 13,00 por ela.

Pedimos uma porção de pastéis de palmito (R$ 21,00 com seis unidades de tamanho médio) que demorou bastante a chegar e não fez sucesso. Com pouco tempero e muito óleo, não chega a ser ruim, mas está longe de agradar. Deveria ter pedido algo com linguiça de javali, já que estávamos na casa de Asterix...

Os preços, no geral, são mais altos que os praticados por outras casas do gênero, chegando a um acréscimo de 20% em vários rótulos. O atendimento é um tanto disperso e confuso. Com preços menores, uma cozinha mais caprichada e um atendimento mais atencioso, ganharia muitos pontos. Do jeito que está hoje, a casa ainda deve uma justa homenagem ao pequeno gaulês dos quadrinhos.

Asterix Cervejaria
Alameda Joaquim Eugênio de Lima, 573
11 3368-5619
www.barasterix.com.br